A MORTE HABITA À NOITE,
dirigido por Eduardo Morotó, estreia nesta quinta-feira (15), nas
cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Aracaju, Manaus, Belo Horizonte,
Goiânia, Brasília, Recife, Porto Alegre, Palmas, Rio Branco e Salvador.
Com distribuição da Vitrine Filmes, longa chega aos cinemas do país em
15 de dezembro. A produção é assinada por Enquadramento Produções e
Plano 9, em coprodução com Baraúna Filmes.
Diretor de curtas premiados, como “Todos
esses dias que somos estrangeiros” e “Eu nunca deveria ter voltado”,
Eduardo Morotó dirige seu primeiro longa A MORTE HABITA À NOITE, exibido nos Festivais de Roterdã, do Rio e Internacional del Nuevo Cine Americano Havana.
Para criar a história de Raul (Roney
Villela, que por sua atuação levou os prêmios de Melhor Ator nos
festivais Cine Ceará, Santa Maria da Feira, Inffinito e Cine Pedra
Azul), um homem de 50 anos alcóolatra e desempregado, Morotó, que também
assina o roteiro, buscou inspiração na literatura.
Situado em Recife, e narrado como uma
crônica, o filme transita entre o amor e a morte, além de ser marcado
por uma grande melancolia urbana com personagens que habitam a
marginalidade local. Após presenciar um suicídio, de sua janela, e ser
abandonado pela mulher (Mariana Nunes) que ama, Raul vaga pela cidade em
busca de amor embalado por uma solidão que marca sua própria
identidade.
“Suas personagens vivem no exílio da
miséria e eu queria colocar o espectador dentro desses cenários em
estado de ruínas. Diante disso, em primeiro lugar, o filme tem a dizer
que o cotidiano sombrio o qual retrata não é uma fantasia, é a realidade
de milhões de brasileiros que vivem na extrema pobreza. Além disso
acredito que ele desperta um sentimento de reconhecimento e compaixão
entre/perante essas figuras e também dialoga com a decadência de uma
certa masculinidade e sua necessidade de transformação”, afirma Morotó.
A estreante Endi Vasconcelos aponta que sua personagem foi uma alegria e um desafio, para ela, como atriz. “Ela
é uma alma perdida que não se encaixa nesse mundo, por isso o encontro
com Raul é bonito. Ela o faz resignificar a morte e o amor.”
Ainda na faculdade de cinema, o diretor
adaptou um conto do escritor Charles Bukowski, A mulher mais linda da
cidade, que se tornou o curta “Quando morremos à noite”, de 2011. “O
longa acabou sendo uma consequência dessa obra, na qual o meu maior
interesse estava na dinâmica dramatúrgica do conto, repleto de jogo de
cena entre duas personagens, diálogos e situações cortantes, o que
atendia o meu desejo de aprofundar-me na direção de atores. Além de
enxergar naquele universo uma dimensão humana de confissão, de
sentimentos inatos entre personagens fora dos modos sociais mais
convencionais e inseridos num mundo de escassez”, explica.
A relação de amizade construída com Villela no curta foi um dos pontos que influenciou o cineasta a fazer A MORTE HABITA À NOITE. Morotó
define a produção do curta como muito intensa, e aponta o excelente
trabalho da equipe. Trabalhar com parte desse grupo novamente, confessa,
lhe dava segurança para seu primeiro longa.
A atriz Rita Carelli, por sua vez, destaca o peso de sua personagem dentro do longa. “Coube
à minha personagem, na fronteira entre a morte e a vida, revelar o
poeta enrustido no personagem bukoviskiano que protagoniza esse filme.”
Em sua equipe artística, o filme traz
Marcelo Martins Santiago (Todos esses dias que somos estrangeiros), na
direção de fotografia. A montagem é assinada por Frederico Benevides
(Chão); a direção de arte é de Júnior Paixão (Solteira Quase Surtando); e
a trilha sonora é assinada por Pedro Gracindo (Ao Final da Conversa,
Eles se Despedem com um Abraço). Leonardo Mecchi, Mannu Costa e Henrique
Spencer, assinam a produção do filme.
A MORTE HABITA À NOITE será lançado no Brasil pela Vitrine Filmes.
Sinopse
Raul, um escritor desempregado, serve-se
de outra taça de vinho enquanto um vizinho de cima salta para a morte.
Sua namorada Lígia fica claramente mais aflita com o incidente, o que
antes poderia ser mais facilmente digerido, agora não é mais. Durante
uma noite conturbada, Raul conhece Cássia, uma jovem desgarrada e cheia
de vida que faz com que ele ressignifique o amor e a morte, numa busca
por almas gêmeas em um mundo cheio de melancolia.
Ficha Técnica
Direção: EDUARDO MOROTÓ
Roteiro: EDUARDO MOROTÓ
Produção: LEONARDO MECCHI, MANNU COSTA e HENRIQUE SPENCER
Produção Executiva: RAYSSA COSTA, LEONARDO MECCHI e HENRIQUE SPENCER
Diretor Assistente: RENAN BRANDÃO
Direção de Produção: LUCAS ROSSI
Direção de Fotografia: MARCELO MARTINS SANTIAGO
Direção de arte: JÚNIOR PAIXÃO
Figurino: CAROL AZEVEDO
Maquiagem: ELINE SOARES
Montagem: FREDERICO BENEVIDES
Som Direto: LUCAS CAMINHA e NICOLAU DOMINGUES
Música Original: PEDRO GRACINDO
Designer Gráfico: ZECA BRAL
Créditos e Letterings: ANDRÉ PINTO
Distribuidora: Vitrine Filmes
Sobre o Diretor
Formado em Cinema, já roteirizou e dirigiu
seis curtas e um longa, acumulando mais de 100 prêmios em festivais
nacionais e internacionais. Iniciou sua trajetória através do Projeto
Revelando os Brasis, onde realizou o seu primeiro curta Agreste Adentro
no ano de 2006. Em seguida vieram Mar Exílio (2010), vencedor do Prêmio
Revelação no Festival de Curtas de São Paulo; Quando Morreremos à Noite
(2011), melhor curta do júri da crítica na Mostra de Cinema de
Tiradentes, melhor curta no Festival da Armênia, participante das
mostras competitivas dos Festivais de Toulouse e Valencia. Lançado no
mesmo ano, Eu Nunca Deveria Ter Voltado recebeu os prêmios de Melhor
Direção, Ator e Trilha Sonora no Festival de Brasília. Em 2013 rodou
Todos Esses Dias Em Que Sou Estrangeiro, melhor Ator no Festival de
Brasília, Melhor Curta da Mostra Novos Rumos do Festival do Rio e
Aquisição do Canal Brasil no Festival de Curtas de São Paulo. Em 2017
rodou seu primeiro longa, A Morte Habita à Noite, cuja estreia mundial
aconteceu na sessão Bright Future do Festival de Roterdã, selecionado
também para os Festivais do Rio, Havana, Viña del Mar, BH, Ceará, entre
outros. Em 2023 irá rodar seu segundo longa Irmãos Caraíba.
Sobre a Enquadramento
Produções é uma produtora independente,
sediada em São Paulo e fundada pelo produtor Leonardo Mecchi, focada no
desenvolvimento e produção de projetos cinematográficos, em especial
primeiros e segundos longas de jovens e promissores realizadores. Entre
seus filmes encontram-se obras selecionadas para alguns dos mais
importantes festivais nacionais e internacionais, como Cannes, Locarno,
Rotterdam, Viennale, FidMarseille, BAFICI, Brasília, Tiradentes e
Gramado. A produtora atua ainda na concepção e realização de mostras e
festivais dedicados ao cinema brasileiro e internacional.
Sobre a Plano 9
A Plano 9 é uma produtora pernambucana,
com mais de 10 anos de atuação no mercado de cinema e TV. Para a
realização dos projetos, a Plano 9 parte da experiência dos seus
colaboradores e das demandas do mercado, participando também de
encontros, palestras e eventos mercadológicos, nacionais e
internacionais, com vistas a criar parcerias com produtores
internacionais, agentes de venda, canais de TV e distribuidores, como
Ventana Sur, Berlinale EFM, Encontros de Coprodução internacional, etc.
Sobre a Vitrine Filmes
A Vitrine Filmes, em dez anos de atuação,
já distribuiu mais de 160 filmes e alcançou mais de quatro milhões de
espectadores. Entre seus maiores sucessos estão 'O Som ao Redor',
'Aquarius' e 'Bacurau' de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles.
Outros destaques são 'A Vida Invisível', de Karim Aïnouz, representante
brasileiro do Oscar 2020, 'Hoje Eu Quero Voltar Sozinho', de Daniel
Ribeiro, e 'O Filme da Minha Vida', de Selton Mello. Entre os
documentários, a distribuidora lançou 'Divinas Divas', dirigido por
Leandra Leal e 'O Processo', de Maria Augusta Ramos, que entrou para a
lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional.
Além do cinema nacional, a Vitrine Filmes
vem expandindo o seu catálogo internacional ao longo dos anos, tendo
sido responsável pelo lançamento dos sucessos ‘O Farol’, de Robert
Eggers, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia; ‘Você Não Estava Aqui’,
dirigido por Ken Loach, e 'DRUK - Mais uma rodada', de Thomas
Vinterberg, premiado com o Oscar de Melhor Filme Internacional 2021.
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