As maquinações políticas estão sempre em pauta e são o tema de BELAS PROMESSAS,
dirigido por Thomas Kruithof e que traz Isabelle Huppert e Reda Kateb
como protagonistas. Exibido na Mostra Horizontes do Festival de Veneza, o
longa, distribuído pela Pandora Filmes, estreia no Brasil nesta
quinta-feira, 2 de março, nas seguintes praças: São Paulo, Rio de Janeiro, Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Niterói, Porto Alegre, Recife e Salvador. Huppert
interpreta Clémence Collombet, ex-médica e prefeita de uma cidade
empobrecida nos arredores de Paris. Sua carreira está perto do fim, logo
serão as eleições e ela espera abandonar a política. Ela é honesta e
competente, mas sem grandes ambições. Porém, um convite para integrar um
ministério pode mudar seus planos e sua visão de mundo. Já Yazid Jabbi
(Reda Kateb) é seu chefe de gabinete e começa a bater de frente com ela. Diretor do filme “Mecânica das Sombras”, Kruithof explica que a política é onde tudo acontece, e, por isso, esse tema o atrai. “Depois
das eleições presidenciais de 2017, me interessei pela coragem política
e me pareceu que era ao nível local que ainda podíamos acreditar nela,
mesmo que a trama do filme atravesse todos os estratos do espectro
político.” Ele
explica que o foco de seu filme não são, na verdade, as ideologias, mas
o cotidiano das figuras políticas e suas ações concretas. “Em vez
de contar histórias passadas das personagens, queria que estivéssemos
logo com elas, queria as apresentar conforme a narrativa avança. Quando o
público descobre o problema que têm de resolver, percebemos por
pequenas pistas quem são, de onde vêm, um pouco como na vida quando
conhecemos alguém.” Kruithof
assina o roteiro com Jean-Baptiste Delafon (“16 Anos... Ou Quase”), e
aponta que a maioria dos filmes e séries sobre política está mais
interessada na disputa de poder, na ascensão, mas em BELAS PROMESSAS eles buscavam investigar a ação política concreta. “O
que é muito difícil em filmes sobre política é a representação das
pessoas. Ali queria que víssemos os moradores da cidade empenhados,
ativos na defesa dos seus interesses. As cidades suburbanas são as mais
jovens da França e a maioria dos filmes rodados ali é sobre essa
juventude. Sabíamos que falaríamos menos sobre os jovens e mais sobre
seus pais ou avós.” Ele
afirma também que a escolha de Huppert e Kateb para os papéis centrais
foi algo natural, pois há nos estilos de atuações deles algo que parece
corresponder aos personagens. “São personagens que nunca falam sobre
suas vidas, que guardam suas emoções para si. E a admiração que Yazid
pode ter por Clémence é a de qualquer ator por Isabelle Huppert, mesmo
um ator do nível de Reda Kateb.” “Os
dois gostaram do roteiro, se conheceram, e imediatamente senti uma
química entre eles, gostei da música de suas duas vozes. Há muito tempo
que os imaginava fisicamente: um filme com Reda muito elegante, com um
rosto ligeiramente liso e plácido, e depois Isabelle, a tensão, a
autoridade que emana dela, na sua silhueta e no seu caminhar”, conclui. Gary M. Kramer, na revista Salon.com, define BELAS PROMESSAS como
“um retrato fascinante da ambição e lealdade.” Lovia Gyarkye, na
Hollywood Reporter, escreve que “esse drama conciso e emocionante
consegue dissecar uma série de questões filosóficas sobre integridade e
cargos públicos sem perder de vista as histórias constituintes mais
silenciosas e específicas que tornam urgente respondê-las”. BELAS PROMESSAS será lançado no Brasil pela Pandora Filmes. Sinopse Clémence
é a prefeita de uma pequena cidade que trava com Yazid, seu chefe de
gabinete, uma dura batalha para salvar o distrito de Bernardins, cidade
marcada pela insalubridade e pelos locatários abusivos. Esta será sua
última luta antes de passar o cargo na próxima eleição. Mas quando ela é
cotada a se tornar ministra, sua ambição põe em risco todos os seus
planos. Clémence pode abandonar sua cidade, as pessoas próximas a ela, e
renunciar às suas promessas? Ficha Técnica Direção: Thomas Kruithof Roteiro: Thomas Kruithof e Jean-Baptiste Delafon Produção: Thibault Gast, Matthias Weber. Elenco: Isabelle
Huppert, Reda Kateb, Naidra Ayadi, Jean-Paul Bordes, Hervé Pierre,
Lauren Poitrenaux, Walid Afkir, Soufiane Guerrab, Vincent Garranger,
Stefan Crepon Direção de Fotografia: Alex Lamarque Trilha Sonora: Grégoire Auger Montagem: Jean-Baptiste Beaudoin Gênero: drama País: França Ano: 2021 Duração: 98 minutos SOBRE A PANDORA FILMES A
Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos
busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil
revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof
Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos
memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini,
Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências
do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de
Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os
vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da
Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho. Paralelamente
aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro,
lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como
Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando
Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral,
Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida. |
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