domingo, 22 de fevereiro de 2015

SÃO PAULO VISTA PELAS LENTES DE UM ARTISTA PORTUGUÊS

Rui Silveira produziu um filme durante residência artística na FAAP. Trabalho poderá ser conferido a partir de 24/2 no MAB-Centro

O olhar estrangeiro sobre a cidade de São Paulo durante uma primavera seca é o que poderá ser visto no filme “Venha Chuva, aqui não tem história”, produzido pelo artista português Rui Silveira. O trabalho poderá ser conferido a partir do dia 24/2 no MAB-Centro, extensão do Museu de Arte Brasileira da FAAP no Edifício Lutetia, localizado na Praça do Patriarca.

Pela primeira vez no Brasil para uma experiência de Residência Artística na FAAP, Rui Silveira pretendia realizar um filme de observação que revelasse aspectos de São Paulo. Para isso, passou por diversos lugares, como o Minhocão, Parque da Aclimação, Estação da Luz, Praça da Sé, região da 25 de Março, entre outros locais, e registrou a relação das pessoas com a água.
No passeio pelo Minhocão, notou uma falta de harmonia da arquitetura com a época e, ao ouvir de um desconhecido que ‘aqui não tem História, e o que importa é construir’, resolveu montar o filme considerando o duplo sentido da palavra: História como ciência e história como narrativa. As filmagens, feitas de setembro a novembro de 2014, resultaram em uma instalação com quatro vídeos.
Rui Silveira
Venha Chuva, aqui não tem história, 2014 (detalhe)
Produzi um filme que conta a história de uma cidade e seus transeuntes, mas essas pessoas não são os personagens, porque personagem é só um, a cidade de São Paulo”, revela o artista.

A exposição do trabalho vai até 18 de Abril e a entrada é gratuita, de terça a sábado, das 10h às 18h. Rui Silveira participa da Residência Artística FAAP a partir de uma parceria entre a instituição e a Fundação Calouste Gulbenkian, de Portugal.

Exposição ‘Venha Chuva, aqui não tem história’
Período de visitação: de 24/2 a 18/4
Horário de funcionamento: de terça a sábado, das 10h às 18h (exceto feriados)
Local: MAB Centro / Edifício Lutetia
Endereço: Praça do Patriarca, 78 - Sé
Informações: (11) 3101-1776  e mabcentro@faap.br
Entrada franca.

Sobre o artista
Rui Silveira (Campo Maior, 1983) é formado em Design de Comunicação, com mestrado em Design de Comunicação Novas Mídias pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Frequentou o programa de estudos independentes da MAUMAUS – Escola de Artes Visuais, e além da sua atividade como realizador é, também, designer editorial.
Os seus filmes partem da observação da experiência urbana e dos modos como o espaço construído afetam o comportamento do homem. Refletem, assim, sobre as dinâmicas entre identidade local e global e privilegiam o som como elemento de comunicação.
O artista apresentou filmes em vários festivais, dos quais se destacam:
Doclisboa (2013), 9º Festival de Video Art de Atenas (2013), Panorama (2012 e 2014), Critics’ Week, em Cannes (2011), Rencontres Internacionales (Paris, Madrid e Berlim), Junho das Artes (Óbidos) e Mostra Jovens Criadores(Évora).
Participou também nas exposições Tous azimuts – soirée de vidéos d'art (Montreal), Proyector (Madrid), Viver um Mundo Antigo (Vila Real), Labour in a Single Shot (Lumiar Cité, Lisboa), À la recherche du temps perdu (Goethe Institut, Lisboa), Panoptic (Rockland Maine), (Des)Construção Narrativa(Lisboa) e Nodar: Território Inscrito (Viseu).
Ganhou o prêmio de melhor curta-metragem na primeira edição do festival Vista Curta, em 2010 (Viseu). Em 2014, foi artista em residência em Montreal (Pépinières européennes CALQ - PRIM) e em São Paulo (Calouste Gulbenkian Foundation and FAAP). No mesmo ano foi ainda membro do júri no Les Percéides – Festival international de cinéma et d'art de Percé.

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