terça-feira, 15 de junho de 2021

DOCUMENTÁRIO "BILLIE" SOBRE A VIDA E OBRA DE BILLIE HOLIDAY NO TELECINE

 

DOCUMENTÁRIO “BILLIE”, SOBRE A VIDA E OBRA DE BILLIE HOLIDAY, É LANÇADO NO TELECINE, COM PARTICIPAÇÃO DA COLORISTA MARINA AMARAL

IMAGENS EM CORES DO LONGA INGLÊS SÓ FORAM POSSÍVEIS POR MEIO DO TRABALHO DA ARTISTA BRASILEIRA 

A vida e obra de uma das mais importantes jazzistas do mundo, Billie Holiday, são tema do documentário “Billie”, lançado no exterior e que acaba de ser lançado no Brasil no canal Telecine, inclusive no streaming. E umas das principais responsáveis pelo registro em cores foi a brasileira Marina Amaral.

Reconhecida no mundo inteiro como uma das maiores coloristas de fotografias P&B, Marina coloriu, digitalmente, mais de 100 fotos utilizadas no longa-metragem, além de alguns frames e definiu as cores que foram reproduzidas e aplicadas nos vídeos por um estúdio da Índia. Todo o processo demorou cerca de um ano e meio.

Praticamente nenhuma das imagens foram vistas em cores anteriormente, incluindo os vídeos. Marina conta que não tinha muita familiaridade com a obra e nem com a história pessoal de Billie Holiday. Mas, a partir de um encontro com o diretor James Erskine e os produtores em Londres, no final de 2018, essa história mudou. “Fiquei muito impactada já nessa primeira reunião, quando eles me contaram detalhes do projeto e da mulher que iriam retratar. Entendi a responsabilidade logo de cara, mas também a importância de apresentar a Billie para um novo público, sob uma perspectiva bastante diferente”, completa.

O filme, além de retratar momentos icônicos da cantora, levanta questões muito importantes para que seja possível compreender quem foi Billie Holiday, por meio de entrevistas feitas com amigos de infância, parentes, estrelas do jazz, e até dos agentes do FBI que a prenderam. 

O detalhe que mais me emocionou foi a colorização do vídeo de uma apresentação ao vivo de Strange Fruit, uma música importantíssima do repertório dela. Fala de racismo, linchamento e Billie cantava com a alma. Essa apresentação é uma versão muito mais visceral que as versões em áudio que escutei. Fico impressionada até hoje quando vejo esse trecho”, destaca.   

As cores de Billie - Para contextualizar a paleta de roupas, acessórios, cenários e detalhes das fotos e imagens, Marina Amaral fez uma grande pesquisa histórica e também muitas escolhas artísticas. Os registros em cores que existem são escassos e eram poucas as referências que pudessem guiar nas cores. “Levei em consideração a época, os ambientes, e o contexto geral das fotos para definir as cores que usei”, relata.

Em todo o processo, o mais relevante foi reproduzir a cor da pele de Billie Holiday de maneira correta. “Algumas fotos estavam ‘estouradas’ pelo flash ou pela má preservação da imagem, o que acabava fazendo com que a pele dela ficasse muito mais clara do que era de fato. Corrigir esses detalhes técnicos foi imprescindível para que Billie pudesse ser apresentada como a mulher negra (e orgulhosa disso) que ela era”, finaliza.  

Sobre Marina Amaral - O talento somado à preocupação de uma coloração baseada em pesquisas históricas, faz Marina Amaral ser uma das profissionais mais requisitadas em parcerias de museus e instituições relevantes como o History Channel, PBS, KFC, Tatler Magazine, People Magazine, New Regency Films, Pan MacMillan, English Heritage, New York Times, Museu Estatal de Auschwitz-Birkenau e o Memorial Nacional de Paz e Justiça no Alabama. 

Idealizou o aclamado Faces of Auschwitz e também criou a RT nos projetos #ROMANOVS100 e #1917LIVE, o que levou à várias indicações internacionais, chegando à final do Festival Lions de Cannes em 2018 e 2019. 

Atualmente, ela trabalha em dois projetos. Um deles é um documentário sobre o holocausto, onde registrou encontros com sobreviventes na atualidade em locais de Auschwitz onde o público não tem acesso, que tem previsão de lançamento para 2021. Além disso, seu livro “The Colour of Time”, que é best-seller no mundo inteiro e já foi traduzido para 13 idiomas.

Sua mais nova publicação, “The World Aflame” foi lançado neste ano, mas as ações de divulgação foram interrompidas devido à pandemia mundial de coronavírus. Ainda assim, o livro é o nº1 de mais vendidos de História e Fotografia da Amazon. Feito em parceria com Dan Jones, aborda as duas Grandes Guerras Mundiais e outras conflagrações importantes como as revoluções na Rússia; guerras civis na Irlanda e Espanha; Intervenções americanas na América Latina, guerras coloniais em Moroco, Etiópia e Palestina.

       

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