O documentário "My Name Is Now, Elza Soares", além do primeiro episódio da série "Antissemitismo, 2000 anos de história" pode ser visto no Curta!

A cantora Elza Soares (Crédito: Divulgação/Curta!)
‘My Name is Now, Elza Soares’ conta trajetória da artista falecida em janeiro
A
cantora Elza Soares, que morreu no início deste ano, teve uma história
de vida cheia de percalços, desafios e superações. Em muitos momentos,
sua experiência pessoal se entrelaça com a de muitas outras mulheres
brasileiras, sobretudo as pretas de origem pobre — como ela mesma.
Porém, com sua voz, foi bem além do que poderia sequer sonhar. Viveu até
os 91 anos e se tornou símbolo de força e de talento. Sua história é
contada no documentário “My Name Is Now, Elza Soares”, que será exibido no Curta! nesta segunda-feira, dia 19, véspera do aniversário de um ano de sua morte.
No
filme, dirigido por Elizabete Martins Campos, o espectador está diante
de Elza Soares em toda a sua complexidade, através de suas performances e
de seus depoimentos. Ela própria conta a sua história, numa mescla
entre imagens de arquivos e outras gravadas especialmente para o longa,
que se constrói de maneira pouco convencional, fugindo da narrativa
padrão dos documentários. Fugir do padrão, aliás, era uma especialidade
de Elza, e um filme sobre ela não poderia ser diferente.
Ali,
está uma mulher que se permite ser sensível, pequena e frágil, mas que
também se renova como uma fênix após sofrer os mais terríveis golpes da
vida, como a perda de seus filhos. No fim, o que está retratado é um
verdadeiro ícone da música brasileira de voz inconfundível, sempre se
reinventando e se modernizando. Através da música, a pequena Elza se
torna gigantesca.
“My
Name Is Now, Elza Soares” é uma produção da IT Filmes, viabilizada pelo
Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Em 2019, foi
vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, nas categorias “melhor
longa-metragem documentário”, concedido pelo júri popular, e “melhor
trilha sonora original”, escolhido pelo júri oficial da premiação. A exibição é na Segunda da Música, 19 de dezembro, às 21h.
Série mostra a origem e os fatos históricos que moldaram o antissemitismo
A série “Antissemitismo, 2000 anos de História”
é uma produção da Arte France que, no Brasil, é exibida com
exclusividade pelo canal Curta! e pelo Curta!On - Clube de
Documentários. Ela mostra que o ódio e a perseguição aos judeus têm uma
origem muito anterior ao Holocausto e aos campos de extermínio nazistas.
A produção se propõe a desvendar o passado de um povo que foi
constantemente difamado e atacado ao longo dos séculos.
Através
de animações e depoimentos de historiadores e outros especialistas, os
quatro episódios da série — dirigida por Jonathan Hayoun — avançam
cronologicamente desde a antiguidade até os dias de hoje. O primeiro
episódio trata das origens dessa perseguição e começa na antiga
Alexandria, no ano 38 D.C., pois os primeiros registros de manifestações
antijudaicas datam do Egito antigo. Também fala de Jesus, considerado o
messias por parte dos judeus que viriam, com o tempo, a se tornar
cristãos: “Os primeiros cristãos são judeus, absolutamente judeus, sendo
bem difícil distinguir um cristão de um judeu no início”, afirma a
historiadora Nathalie Cohen, da Universidade Paris 1 Pantheón-Sorbonne. A exibição é na Sexta da Sociedade, 23 de dezembro, às 23h.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 19/12
21h – “My Name is Now, Elza Soares” (Documentário) Um
filme com a cantora Elza Soares, ícone da música brasileira, numa saga
que ultrapassa tempo, espaço, perdas e sucessos. Elza e seu espelho,
cara a cara, nua e crua, ao mesmo tempo frágil e forte, real e
sobrenatural, uma fênix, que com a força da natureza transcende e canta
gloriosamente. Diretora: Elizabete Martins Campos. Horários alternativos: 20
de dezembro, terça, às 01h e às 15h; 21 de dezembro, quarta, às 09h; 24
de dezembro, sábado, às 12h25; 25 de abril, domingo, às 20h40.
Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 20/12
21h15 – “Vilanova Artigas - O Arquiteto e a Luz” (Documentário) Considerado
um dos maiores arquitetos brasileiros do século XX, o curitibano João
Batista Vilanova Artigas (1915-1985) deixou um legado icônico. Em razão
do centenário de seu nascimento, comemorado em 2015, sua neta Laura
Artigas roteirizou este documentário biográfico, que dirigiu ao lado de
Pedro Gorski. Através da lembrança de amigos, familiares e alunos de
Vilanova Artigas, o filme apresenta a trajetória do arquiteto, as suas
primeiras casas, a sua ligação com o Partido Comunista e a construção de
algumas de suas principais obras, como o Edifício Louveira, a FAUUSP e o
Estádio do Morumbi. Os arquitetos Paulo Mendes da Rocha (vencedor do
Pritzker), Pedro Paulo de Melo Saraiva, Álvaro Puntoni, Jon Maitrejean e
Ruy Ohtake, o historiador Carlos Guilherme Motta, o fotógrafo Cristiano
Mascaro e o ator Juca de Oliveira são algumas das personalidades que
dão depoimentos no filme. Direção: Pedro Gorski e Laura Artigas. Duração: 93 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 21 de dezembro, quarta-feira, às 1h15 e às 15h15; 22 de dezembro, quinta-feira, às 9h15; 24 de dezembro, sábado, às 15h45.
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 21/12
23h – “Nouvelle Vague: A Grande Onda do Cinema” (Documentário) A
Nouvelle Vague foi um movimento artístico que nasceu na França e marcou
o cinema mundial, sobretudo durante as décadas de 1950 e 1960, por seu
caráter contestatório e revolucionário. Desse grupo, saíram grandes
nomes da sétima arte, como François Truffaut e Jean-Luc Godard. Tais
diretores e suas obras são assunto do documentário francês “Nouvelle
Vague: A Grande Onda do Cinema”, dirigido por Florence Platarets.
Trechos de filmes da época contam a história daquele movimento, como “Os
Primos”, de Claude Chabrol, “Os Incompreendidos”, de Truffaut, e “La
Pointe Courte”, de Agnés Varda. As cenas são mescladas com um
impressionante acervo de entrevistas com diretores como Godard,
Truffaut, Chabrol e Varda. Outros profissionais que se envolveram com o
movimento também aparecem em entrevistas, entre eles o arquivista Henri
Langlois, cofundador da cinemateca francesa, e o cinegrafista e diretor
de fotografia Raoul Coutard. A Nouvelle Vague daria espaço para jovens
cineastas, muitas vezes iniciantes nesse ofício, dispostos a quebrar
padrões e, ao mesmo tempo, enfatizar novos valores trazidos por aquela
geração. As produções acabaram por refletir o contexto de efervescência
cultural e política vivido em diversas partes do mundo. Diretor: Florence Platarets. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 22
de dezembro, quinta-feira, às 03h e às 17h; 23 de dezembro,
sexta-feira, às 11h;24 de dezembro, sábado, às 14h45; 25 de dezembro,
domingo, às 23h.
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 22/12
23h – “Desterro - A Poiesis de Imre Kertész” (Documentário) Imre
Kertész foi o primeiro autor húngaro a receber o Prêmio Nobel de
Literatura, em 2002. Judeu, sobrevivente do Holocausto — foi enviado aos
14 anos para o campo de concentração de Auschwitz, e depois para o de
Buchenwald —, sua escrita é marcada pelo tema do deslocamento, o
sentimento de se sentir alheio ao mundo e a si mesmo. O documentário
“Desterro — A Poiesis de Imre Kertész” revisita a sua obra e a sua
trajetória. Narrado pelo diretor José Alberto Cotta, o filme mostra que o
“desterro” acompanhou o autor desde a sua infância, quando fora enviado
para um colégio interno após o divórcio dos pais. Mas, para se
aprofundar nos impactos desse sentimento na obra de Kertész, Cotta vai a
Budapeste para investigar a trajetória dele in loco. Kértesz
dizia nunca ter se sentido acolhido em toda a sua vida: como judeu,
sofreu perseguições de todo tipo, sobretudo durante o período nazista;
e, mesmo entre os judeus, não se achava bem aceito, por não ser
religioso. Além de suas questões pessoais, vivenciou períodos
turbulentos na vida política europeia mesmo após a Segunda Guerra. Como o
regime stalinista se apossou da Hungria depois do fim do conflito,
Kértesz continuou a ser perseguido e discriminado. Para ajudar a contar a
história do escritor húngaro e a descrever sua obra, são utilizadas
imagens de arquivo e trechos de seus escritos narrados pelo diretor.
Como recurso poético, o filme traz inserções da coreografia “Amanhã é
outro dia”, executada pela bailarina e coreógrafa Angel Vianna. Direção: José Alberto Cotta. Duração: 57 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 23 de dezembro, sexta-feira, às 3h e às 17h; 24 de dezembro, sábado, às 13h45; 25 de dezembro, domingo, às 22h.
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 23/12
23h – “Antissemitismo, 2000 Anos de História” (Série) – Episódio: “Origens” Onde
surgiu o antissemitismo? Em que momento? Como ele se desenvolveu? Do
primeiro pogrom antijudaico em Alexandria ao tempo das Cruzadas,
passando por Roma e Constantinopla, voltamos às origens antigas do
fenômeno antes de atravessar o primeiro milênio de nossa era, em que o
antissemitismo se enraíza, entre lutas territoriais, antagonismos
religiosos e fantasias expiatórias. Direção: Jonathan Hayoun. Duração: 52 min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 24 de dezembro, sábado, às 3h15 e às 9h30; 26 de dezembro, segunda-feira, às 17h; 27 de dezembro, terça-feira, às 11h.
Sábado, 24/12
21h55 – “Exu Rei – Abdias do Nascimento” (Documentário) Divindade
africana que aportou no Brasil junto aos negros, Exu é conhecido como o
orixá da comunicação, guardião das ruas e do comportamento humano. O
curta-metragem de não-ficção “Exu Rei” dialoga com a influência desse
arquétipo pela cultura negra e a sua assimilação pela arte brasileira.
Em seu subtexto, o filme homenageia um de nossos grandes ativistas da
causa negra: o ator, poeta, dramaturgo e político Abdias do Nascimento. O
posicionamento do documentário procura incorporar o espírito de luta,
expressivo e inquieto de Abdias. Duração: 23 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 25 de dezembro, domingo, às 14h; 26 de dezembro, segunda-feira, às 05h30 e às 10h30.
Domingo, 25/12
16h05- “Tá Rindo de Quê?” (Documentário) No
período da ditadura militar, mesmo com toda a brutalidade, truculência e
obscurantismo inerentes aos regimes de exceção, muita gente fez rir. O
humor serviu como arma de resistência, mas também como válvula de
escape, criou formas de driblar patrulhas e censuras, revolucionou
linguagens, criou, debochou, divertiu, foi proibido, encarcerado e,
ainda bem, riu por último. Direção: Alê Braga, Claudio Manoel e Álvaro Campos. Duração: 85 min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 26 de dezembro, segunda-feira, às 09h25.
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