| Escrito e dirigido por Tarik Saleh, GAROTO DOS CÉUS (Cairo
Conspiracy) estreia nos cinema do país em 19 de janeiro. O longa está
na lista dos pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional,
representando a Suécia, e teve sua première mundial na competição
principal do Festival de Cannes, de 2022, do qual saiu com o prêmio de
roteiro. A distribuição nacional é da Pandora Filmes. Saleh
conta que a ideia para o filme surgiu quando estava relendo o romance
“O Nome da Rosa”, de Umberto Eco, que se passa num mosteiro medieval, e
se perguntou: “E se a história acontecesse no contexto muçulmano?
Seria possível? Seria a mesma coisa que deixar uma criança brincar com
fogo, mas, uma vez que esse pensamento me ocorreu, não conseguiria
voltar atrás.” O
personagem principal do longa é Adam, interpretado por Tawfeek Barhom
(“Os árabes também dançam”), filho de um pescador num vilarejo que
recebe uma bolsa de estudos na mais prestigiosa universidade do Cairo,
Al-Azhar, o epicentro do poder do islamismo sunita. O Grande Imã da
universidade, considerado a maior autoridade religiosa no Egito, acabou
de morrer, e está ocorrendo o processo para a escolha de um novo homem
para o cargo. Saleh aponta que, do outro lado da rua, estão os quarteis de Segurança Nacional. “De
um lado o poder religioso, e de outro, o poder do Estado, que precisa
se certificar de que o novo escolhido compartilhe das mesmas ideias do
governo, e, para isso, um oficial precisa encontrar um informante. E
Adam acaba sendo o escolhido”. “Estou interessado em cinema de gênero, aquele que estabelece um contrato entre o diretor e seu público. Se eu digo que GAROTO DOS CÉUS é
um suspense, o público terá certas expectativas. Mas eu gosto de
subverter também essas expectativas, destruir os clichês do gênero
trazendo a realidade à tona, o que me faz perde o controle da história, e
isso que me agrada.” O cineasta aponta que o longa não é uma crítica ao Islã, não é sobre expor segredos obscuros da religião, “mas
é sobre compreender o poder do conhecimento – tanto como uma força
libertadora ou aprisionadora. Eu queria fazer um filme sem julgamento.
Sempre fui fascinado pela Universidade Al-Azhar e sua história.” Esse
é o 6o longa do sueco Saleh, que tem no currículo “Contrato Perigoso”,
além de episódios das séries americanas “Westworld” e “Ray Donovan”.
Além de Barhom (“Os árabes também dançam”), o elenco inclui Fares Fares
(“Crimes Ocultos”), Makram Khoury (“Westwing – Os bastidores do poder”) e
Mehdi Dehbi (“O homem mais procurado”). A lista final com os indicados ao Oscar será divulgada em 24 de janeiro, e a premiação acontecerá no dia 12 de março. GAROTO DOS CÉUS será lançado no Brasil pela Pandora Filmes. Sinopse Adam,
filho de um pescador, recebe o privilégio de estudar na Universidade
Al-Azhar do Cairo, o epicentro do poder do islamismo sunita. Pouco após
sua chegada na cidade, a maior liderança religiosa da universidade, o
Grande Imã, morre repentinamente. Adam logo se torna uma peça nesse jogo
brutal pelo poder entre os religiosos egípcios e a elite política. Ficha Técnica Direção: Tarik Saleh Roteiro: Tarik Saleh Produção: Fredrik Zander Elenco: Tawfeek Barhom, Fares Fares, Mohammad Bakri Direção de Fotografia: Pierre Aïm Desenho de Produção: Roger Rosenberg Trilha Sonora: Krister Linder Montagem: Theis Schmidt Gênero: suspense, drama, político País: Suécia, França, Finlândia, Dinamarca Ano: 2022 Duração: 126 min. SOBRE A PANDORA FILMES A
Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos
busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil
revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof
Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos
memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini,
Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências
do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de
Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os
vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da
Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho. Paralelamente
aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro,
lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como
Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando
Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral,
Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida. |
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