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O documentário TRILHA SONORA PARA UM GOLPE DE ESTADO, dirigido pelo cineasta belga Johan Grimonprez, está indicado ao Oscar 2025 na categoria Melhor Documentário. Após uma trajetória em festivais internacionais e nacionais, o filme será lançado nos cinemas brasileiros pela PANDORA FILMES no dia 30 de janeiro. Mergulhando em um capítulo sombrio do século XX, o longa parte do protesto dos músicos Abbey Lincoln e Max Roach, que invadiram o Conselho de Segurança da ONU em 1961 para denunciar o assassinato do líder congolês Patrice Lumumba. Ao conectar a trajetória de Patrice Lumumba com a expansão cultural promovida pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria, o filme mostra como a música se tornou uma ferramenta estratégica no jogo político global. Neste período, artistas negros enfrentavam dilemas profundos entre representar resistência cultural e serem usados como ferramenta de propaganda durante a Guerra Fria. O diretor Johan Grimonprez afirma: “Os músicos negros enviados à África, como Louis Armstrong, eram usados como isca para encobrir tramas políticas, como o golpe de Estado articulado pela CIA no Congo”. A obra traz depoimentos de grandes nomes como Malcolm X, Nina Simone, Thelonious Monk, John Coltrane e Louis Armstrong. |
Com edição de Rik Chaubet, o documentário combina imagens de arquivo, performances musicais e gráficos animados, resultando em um ritmo que dialoga diretamente com o jazz. Desde sua estreia no Festival de Sundance 2024, onde recebeu o Prêmio Especial do Júri por Inovação Cinematográfica, o filme vem acumulando prêmios como os de Melhor Roteiro e Melhor Montagem pela Associação Internacional de Documentários. Também recebeu indicações ao Gotham Awards, Critics Choice Documentary Awards, Cinema Eye Honors e European Film Awards. Considerado um dos documentários mais relevantes de 2024, TRILHA SONORA PARA UM GOLPE DE ESTADO também foi incluído entre os melhores filmes do ano por veículos como o The New York Times e a Artforum. A crítica do The New York Times descreve como “uma obra extraordinária que desafia nossa percepção sobre história, música e poder”. Ao explorar o papel da arte, do colonialismo e da resistência, o documentário não apenas resgata um episódio histórico, mas provoca reflexões sobre como as dinâmicas imperialistas do passado ainda reverberam no presente. A crítica da Variety destaca que o documentário “consegue capturar de forma densa e nuanceada os eventos que resultaram no assassinato de Lumumba, ao mesmo tempo em que apresenta o jazz como uma força de inovação narrativa e rítmica”. A abordagem não linear e os elementos visuais e sonoros do filme criam o que foi descrito pela Variety como “uma aula de história apresentada como espetáculo dramático e irônico”. A crítica também apontou que o documentário combina “a energia de um concerto de jazz com a densidade de um texto acadêmico, desafiando o público a conectar os pontos entre colonialismo, imperialismo e resistência”. O diretor Johan Grimonprez afirma que as questões levantadas no documentário permanecem dolorosamente atuais, com os recursos naturais do Congo ainda sendo explorados em disputas globais. Esse paralelo entre passado e presente reforça a relevância de TRILHA SONORA PARA UM GOLPE DE ESTADO, filme que transcende as telas e ecoa no debate contemporâneo sobre justiça e memória histórica. |
Sinopse: Jazz e descolonização estão entrelaçados nesta montanha-russa histórica, que reescreve o episódio da Guerra Fria que levou os músicos Abbey Lincoln e Max Roach a invadirem o Conselho de Segurança da ONU em protesto contra o assassinato de Patrice Lumumba — político que liderou a independência da República Democrática do Congo. |
Ficha técnica Direção: Johan Grimonprez |
Sobre a Pandora Filmes |
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