Situado no final dos anos de 1990, HOMEM ONÇA, de Vinícius Reis, investiga
como a história do país reflete e interfere na vida pessoal de Pedro,
interpretado por Chico Diaz. O quarto longa do cineasta (A Cobra Fumou, Noite de Reis, e Praça Saens Peña),
terá sua estreia no Brasil onde foi selecionado para a mostra
competitiva do 49º Festival de Cinema de Gramado, que acontece entre 13 e
21 de Agosto. Ainda no segundo semestre deste ano, o longa chega aos
cinemas, com distribuição da Pandora Filmes. “Em
2002, participei da competição do Festival de Gramado com meu primeiro
longa-metragem A Cobra Fumou. Que alegria voltar agora com o Homem Onça,
quase vinte anos depois. A cobra e a onça.... Eu solto os meus bichos
na Serra Gaúcha, e é de lá que eles partem para o encontro com o público
brasileiro. E eu torço muito para que esse encontro seja belo”, comemora o diretor. Reis conta que a inspiração para o roteiro do longa veio de sua própria família: “meu
pai era gerente numa das maiores mineradoras do mundo, a Vale do Rio
Doce. E em 1996, a empresa passou por uma reestruturação radical, que
culminaria na sua privatização no ano seguinte. Depois de duas décadas
trabalhando para essa companhia, meu pai não podia ser demitido e foi
forçado a se aposentar. Antes disso, foi obrigado a demitir sua
equipe... tudo isso teve o efeito de um tsunami em sua vida.” No
filme, Pedro tem uma vida estável de classe média com sua mulher Sônia,
interpretada por Silvia Buarque, que procura um emprego, e a filha
adolescente, Rosa (Valentina Herszage). Pedro trabalha numa das maiores
estatais do país, a fictícia Gás do Brasil. Tudo parece caminhar muito
bem, um projeto de sustentabilidade desenvolvido por ele ganha um prêmio
internacional, o que parece garantir o emprego de sua equipe, apesar da
crise que a empresa começa a enfrentar. Seu corpo parece reagir a isso e
manchas estranhas aparecem em sua mão. Porém,
mesmo o sucesso do trabalho de seu time não garante a segurança do
emprego de todos e Pedro é forçado a tomar atitudes drásticas. HOMEM ONÇA acompanha
esse processo através de duas linhas narrativas que se entrecortam e
convergem: Num futuro não longínquo, o protagonista não vive mais no Rio
de Janeiro, mas em uma pequena cidade, com uma nova companheira, Lola
(Bianca Byington). O
roteiro, assinado por Reis, em colaboração com Flavia Castro e Fellipe
Barbosa, examina como o longo processo de privatização de estatais, no
final dos anos de 1990, ressoa na vida dos empregados daquelas empresas.
A perda da estabilidade e segurança emocional e econômica de Pedro é um
reflexo da situação do Brasil. Assim, ao falar do passado, HOMEM ONÇA é um filme que também medita sobre o presente do país, sempre ameaçado de passar por uma nova onda de privatizações. “Com
o filme, continuo a explorar meu interesse em contar histórias sobre as
ambições e medos da classe média urbana brasileira. No meu primeiro
longa de ficção, Praça Saens Peña, de 2009, a questão da posse de um
imóvel e o desejo por uma carreira profissional eram centrais para os
personagens. Em HOMEM ONÇA, a importância do trabalho como identidade do ser humano é o que move os personagens”, explica o diretor. HOMEM ONÇA foi
rodado no Rio de Janeiro, Petrópolis e Teresópolis, entre dezembro de
2017, e janeiro de 2018, e teve sua estreia mundial em fevereiro
passado, no 5o Arthouse Asia Film Festival. O longa ainda inclui em seu
elencoGuti Fraga, Dani Ornellas, Tom Karabachian e Alamo Facó. O filme é
produzido pela Tacacá Filmes, em coprodução com Blackforest Films
(Alemanha), Parox SA (Chile), Canal Brasil e Globo Filmes. Sinopse Rio
de Janeiro, segunda metade dos anos 1990, “era das privatizações”.
Pedro trabalha em uma grande empresa estatal que em breve será
privatizada. Pressionado por um cruel processo de reestruturação, Pedro
tem que demitir sua equipe e antecipar a sua aposentadoria, contra a
vontade. Aposentado e com uma doença na pele, ele decide se separar da
família e se mudar para Barbosa, sua pequena cidade natal, no interior
distante. Lá, ele descobre que a onça pintada que habitava a floresta ao
redor de Barbosa, no tempo da sua infância, está mais viva do que
nunca. Ficha Técnica Direção: Vinícius Reis Roteiro: Vinícius Reis, com colaboração de Flavia Castro e Fellipe Barbosa Produção: Gisela B. Camara Coprodução: Christoph Hahnheiser, Leonora Gonzalez e Sérgio Gandara Elenco: Chico
Diaz, Silvia Buarque, Bianca Byington, Emílio de Mello, Valentina
Herszage, Tom Karabachian, Alamo Facó, Dani Ornellas, Guti Fraga Direção de Fotografia: João Atala Direção de Arte: Tainá Xavier Montagem e Edição de Som : Waldir Xavier Som Direto: Pedro Sá Earp Figurino: Rô Nascimento e Diana Leste Caracterização: Mari Pin Gênero: drama País: Brasil, Alemanha, Chile Produção: Tacacá Filmes Coprodução: Blackforest Films (Alemanha), Parox SA (Chile), Canal Brasil e Globo Filmes Ano: 2021 Duração: 90 min. Filme
realizado através de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, BRDE,
Ancine, e com recursos do programa de editais da Secretaria de Estado de
Cultura do Rio de Janeiro 2011/2012 Sobre Vinícius Reis Nasceu
em São Paulo, no bairro do Jaçanã, em 1970. Vive no Rio de Janeiro
desde 1981. Formado em Cinema com mestrado no Programa de Pós-Graduação
em Artes da Cena da UFRJ. É roteirista e diretor há mais de duas
décadas. Escreveu e dirigiu os filmes “A Cobra Fumou”, em 2002, “Praça
Saens Peña”, em 2009, e “Homem Onça”, concluído em 2020 e ainda inédito.
Tanto “A Cobra Fumou” quanto “Praça Saens Peña” participaram de
festivais no Brasil e no exterior e foram lançados no cinema e na
TV. Dirigiu também o longa-metragem “Noites de Reis”, lançado
comercialmente em 2013. Entre 2015 e 2018, dirigiu as temporadas 7, 8,
11 e 12 dos “Detetives do Prédio Azul”, que recebeu o prêmio de “melhor
série infantil” em 2016, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte.
Em 2017, dirigiu a 2ª temporada da série “Natália”, com direção geral de
André Pellenz, para a Universal TV. Entre 2018 e 2019, dirigiu as
temporadas 3 e 4 da série “Rotas do Ódio”, de Susanna Lira, também para a
Universal TV. “Rotas do Ódio” foi premiada no IndieFEST Film Awards. O
início da atividade artística aconteceu no Teatro O Tablado, que
frequentou de 1982 a 1992. Lá estudou teatro e foi assistente de
direção de Maria Clara Machado. Sobre a Tacacá Filmes Tacacá
Filmes é uma produtora brasileira independente, criada pelo diretor
Vinícius Reis e pela produtora Gisela Camara para produzir projetos
audiovisuais autorais e com forte comunicação com o público. Com
a Limite Filmes, produziu a primeira ficção de Vinícius Reis, PRAÇA
SAENS PEÑA, em 2009, vencedor de cinco prêmios no Cine-PE, dentre eles o
de Melhor Direção e Prêmio Especial da Crítica. PRAÇA SAENS PEÑA também
foi recebido como “filmaço” pelo jornal O Globo. Com
a VideoFilmes e a FlaukFilmes, produziu DESLEMBRO, primeira ficção da
premiada documentarista Flávia Castro. DESLEMBRO, uma co-produção com o
Canal Brasil, Telecine e Globo Filmes, teve sua estreia mundial no
Festival de Veneza de 2018, e recebeu o prêmio de Melhor Filme para a
Crítica no Festival de Biarritz do mesmo ano. A
Tacacá é ainda produtora associada de QUASE MEMÓRIA, longa-metragem de
Ruy Guerra, produzido pela Kinossauros Filmes, em coprodução com a Globo
Filmes. O filme recebeu menção honrosa nos festivais de Moscou 2016 e
Rio 2016. A Tacacá é também produtora associada de AOS PEDAÇOS, também
de Ruy Guerra, com produção de Kinossaurus Filmes, e que estreou em
Rotterdam em 2020. Em
2020, estreou a série NÓS, no Canal Brasil, uma coprodução com a Cabra
Vadia, criada por David França Mendes e Rodrigo Ferrari. Atualmente a
Tacacá Filmes está engajada no lançamento de HOMEM ONÇA, novo filme de
Vinícius Reis, e dá início à pré-produção de KASA BRANCA, primeiro
longa-metragem de Luciano Vidigal. Sobre a Globo Filmes Criada
em 1998, a Globo Filmes atua como coprodutora de conteúdo
multiplataforma com o propósito de fortalecer a indústria audiovisual
nacional. Participou de mais de 300 filmes, levando ao público o que há
de melhor do cinema brasileiro. Comédias, romances, documentários,
infantis, dramas, aventuras: a aposta é na diversidade de obras que
valorizem a cultura brasileira. Fazem
parte de sua filmografia recordistas de bilheteria, como ‘Tropa de
Elite 2’ e ‘Minha Mãe é uma Peça 3’ – ambos com mais de 11 milhões de
espectadores –, sucessos de crítica como ‘2 Filhos de Francisco’,
‘Aquarius’, ‘Que Horas Ela Volta?’, ‘O Palhaço’ e ‘Carandiru’, até
longas premiados no Brasil e no exterior, como ‘Cidade de Deus’ – com
quatro indicações ao Oscar – e 'Bacurau', que recebeu o prêmio do Júri
no Festival de Cannes. Sobre o Canal Brasil O Canal Brasil é,
hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e
cinema do país e um dos maiores do mundo, com 300 longas-metragens
coproduzidos só nos últimos 10 anos. No ar há duas décadas, apresenta
uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes
dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso
cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e
documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é
liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao
ar. Sobre a Pandora Filmes A
Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos
busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil
revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof
Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos
memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini,
Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências
do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de
Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os
vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da
Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho. Paralelamente
aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro,
lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como
Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando
Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral,
Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida. |
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