A vida e a obra de Luiz Melodia, que teria feito 70 anos em 2021, são apresentadas no sensível documentário “Todas as Melodias”,
de Marco Abujamra. O filme — que, após passar por festivais, estreia
com exclusividade no canal Curta! — mostra a trajetória do cantor e
compositor através de um rico acervo composto por registros de seu
cotidiano e de suas performances musicais, além de entrevistas com
pessoas que conviveram de perto com o artista, gravadas exclusivamente
para o longa. A narrativa é conduzida por sua esposa, a produtora Jane
Reis.
Por
meio desse olhar íntimo e afetivo, o público vai conhecendo a história
de um artista completo. Negro e pobre, nascido no Morro de São Carlos,
no bairro do Estácio — tema de uma de suas canções mais famosas —,
Melodia enfrentou diversos percalços devido a sua cor e a sua origem,
mesmo após o reconhecimento na carreira.
Conhecido
pela originalidade e pela elegância de sua poética, além da potência de
sua voz, Melodia tem sua vida por trás dos palcos revelada. Da mesma
forma que condensava samba, blues e elementos da soul music,
suas origens, seu temperamento, seus momentos difíceis e suas
conquistas convergem em uma personalidade marcante e carismática.
O
filme conta com a presença de artistas que o conheceram de perto ou que
são grandes admiradores. Zezé Motta, Jards Macalé, Céu, Liniker,
Arnaldo Antunes e Gal Costa participam, ora através de depoimentos, ora
através de apresentações musicais de canções compostas por Melodia. Gal
Costa, por exemplo, canta “Pérola Negra” e Arnaldo Antunes,
“Magrelinha”. O longa traz ainda imagens antigas do poeta Waly Salomão,
analisando e enaltecendo o estilo único do cantor.
Em uma das cenas de “Todas as Melodias”
— produzido pela Dona Rosa Filmes e viabilizado pelo Curta! através do
Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) —, Jane Reis fala da ausência do
marido, com quem fôra casada por 40 anos até ele falecer em 2017: “Não
existe possibilidade de ele acabar. Ele segue de várias formas. Ele se
transforma, como o Gil diz: vive em trigo, morre em pão”. A estreia é na Segunda da Música, 19 de julho, às 22h20, e a produção será disponibilizada na mesma data no Curta!On.
Os projetos e a vida do arquiteto Vilanova Artigas pelo olhar de sua neta
Considerado
um dos maiores arquitetos brasileiros do século XX, o curitibano João
Batista Vilanova Artigas (1915-1985), mais conhecido como
Vilanova Artigas, deixou um legado icônico para a arquitetura nacional
moderna. Em razão do centenário de seu nascimento, comemorado em 2015,
sua neta, Laura Artigas, roteirizou o documentário biográfico “Vilanova Artigas — O Arquiteto e a Luz”, que dirigiu ao lado de Pedro Gorski.
O
filme mostra o caráter visionário de vários projetos do arquiteto, seu
engajamento no Partido Comunista e seu lado educador. Uma de suas
criações arquitetônicas é a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP,
que se caracteriza por amplos espaços abertos. Um dos alunos daquela
faculdade comenta, diante da câmera, que o próprio prédio serve como um
excelente material de estudo. O estádio do Morumbi e a rodoviária de Jaú
— com seus pilares em forma de flor — também são mostrados no longa,
que conta com comentários de profissionais renomados como Paulo Mendes
da Rocha, ex-discípulo de Vilanova Artigas. A exibição é na Terça das Artes, 20 de julho, às 22h15.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 19/07
22h20 – “Todas as Melodias” (Documentário)
Luiz
Melodia tinha música até no nome. Nasceu no Rio de Janeiro, mais
precisamente no Morro de São Carlos, no Estácio, no dia 7 de janeiro de
1951. Apesar de ter crescido no meio do samba, não era um sambista. Não
rejeitou suas origens musicais, mas foi além. Assimilou uma musicalidade
que absorvia vários estilos e criou uma forma muito particular de
composição. O filme tem o ritmo e a força de sua poesia urbana. Através
de shows memoráveis, entrevistas com pessoas importantes na vida do
músico e contando com a participação do biografado de forma espontânea,
apresenta a trajetória deste artista que carregava um estilo inquieto,
elegante, sofisticado e carismático. Direção: Marco Abujamra Duração: 90 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 20 de Julho, terça-feira, às 02h20; 21 de Julho, quarta-feira, às 10h20; 24 de Julho, sábado, às 14h15.
Terça das Artes – 20/07
22h15 – “Vilanova Artigas — O Arquiteto e a Luz” (Documentário)
O
documentário remonta a trajetória do icônico arquiteto brasileiro João
Batista Vilanova Artigas. Por meio das lembranças de familiares, amigos,
ex-alunos, imagens de arquivo e visitas a seis de suas principais
obras, a história de vida de Artigas é contada. Direção: Pedro Gorski, Laura Artigas Duração: 93 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 21 de julho, quarta-feira, às 02h15 e às 16h15; 22 de julho, quinta-feira, às 10h15; 24 de julho, sábado, às 22h05.
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 21/07
22h30 – " Banquete Coutinho” (Documentário)
“Banquete
Coutinho” propõe olhar para os filmes de Eduardo Coutinho como uma
grande obra indivisível. Teria um dos mestres do cinema brasileiro feito
sempre o mesmo filme? A partir de um encontro filmado com o diretor em
2012 e vasto material de arquivo, o filme mantém acesas as inquietações
do cineasta, falecido dois anos após dar essa entrevista. Direção: Josafá Veloso. Duração: 74 min. Classificação: 12 anos. Horários Alternativos: 22 de julho, quinta-feira, às 02h30 e 16h30; 23 de julho, sexta-feira, às 10h30; 25 de julho, domingo, às 20h50.
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 22/07
22h - “Um Sonho Intenso” (Documentário)
Relato
das transformações do processo socioeconômico brasileiro pontuado por
interpretações de um grupo de economistas e historiadores que têm em
comum o reconhecimento de que os avanços desde 1930 até os dias atuais
não foram suficientes para eliminar algumas características fundamentais
do subdesenvolvimento brasileiro. Direção: José Mariani. Duração: 102 min. Classificação: Livre. Horários Alternativos: 23 de julho, sexta-feira, às 2h e 16h; 24 de julho, sábado, às 12h20; 25 de julho, domingo, às 18h.
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 23/07
21h30 – “Serras da Desordem” (Documentário)
Carapiru
é um índio nômade que escapa de um ataque surpresa de fazendeiros.
Durante dez anos, ele anda sozinho pelas serras do Brasil central, até
ser capturado em novembro de 1988, a 2 mil quilômetros de seu ponto de
partida. Levado a Brasília pelo sertanista Sydney Possuelo, ele vira
manchete nacional e centro de uma polêmica entre antropólogos e
linguistas quanto a sua origem e sua identidade. Direção: Andrea Tonacci. Duração: 136 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 24 de julho, sábado, às 01h30h;
Sábado – 24/07
17h30– “Matizes do Brasil” (Série) - Ep.: “Tarsila do Amaral”
Tarsila
do Amaral, uma das figuras centrais da pintura brasileira e da primeira
fase do movimento modernista no Brasil, é tema deste episódio. A
artista, cuja obra carrega a ambivalência de influências europeias e da
cultura popular brasileira, é tida como pioneira de uma nova arte
nacional. Quem apresenta essas e outras perspectivas sobre o trabalho da
artista são os estudiosos de sua obra Aracy Amaral, Agnaldo Farias e
Sônia Salzstein. Eles partem de exemplos como “Autorretrato” (1923), “A
Negra” (1923), “A Cuca” (1924), “Abaporu” (1928), “O Urutu” (1928) e
“Antropofagia” (1929) para discutir sobre traços marcantes,
originalidade ou exotização na obra de Tarsila. Diretora: Bianca Lenti. Duração: 26 min. Classificação: Livre.
Domingo – 25/07
19h50 – “Éramos Todos Loucos” (Documentário)
Os
realizadores da comédia “Vai trabalhar, vagabundo”, de 1973, reveem e
comentam, 40 anos depois, o filme-manifesto mais oblíquo, suingado e
debochado dentre vários que aquela geração produziu contra a falsa moral
e bons costumes do autoritarismo vigente. “Vai trabalhar vagabundo”
criou para os censores da época uma dificuldade ao se verem diante de
uma expressão da alma carioca, encarnada no genial personagem Secundino
Meireles, o Dino, eternizado na interpretação de Hugo Carvana. O ator,
formado na chanchada, dirigiu um filme emblemático, que representou o
renascimento da comédia carioca, como seus amigos contam nos depoimentos
gravados para este documentário, realizado pelos filhos de Carvana. Diretor: Pedro Carvana e Rita Carvana. Diretores: Pedro Carvana e Rita Carvana Duração: 49 min. Classificação: 14 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário