MOSTRAVÍDEO ITAÚ CULTURAL (Continuação)
Sessão 2: Jem Cohen
Curitiba: 8 de abril, quinta-feira, 19h30
Belo Horizonte: 14 de abril, quarta-feira, 19h30
Chain
Jem Cohen, EUA, 2004, 100’
À medida que o caráter da experiência regional desaparece e a cultura corporativa homogeiniza o seu entorno, torna-se cada vez mais difícil definir a nossa identidade. Em “Chain”, supermercados, hotéis e centros corporativos ao redor do mundo se aglutinam numa espécie de paisagem contemporânea total, que conforma as vidas de duas mulheres. A primeira viaja a serviço de uma corporação pesquisando parques temáticos internacionais. A segunda é uma jovem que vaga a esmo pelas ruas, trabalhando ilegalmente nos arredores de um centro comercial.
(fotografia de cena)
O diretor nas palavras do curador:
Conhecido por seus registros poéticos das ruas de Nova York, Jem Cohen alia com freqüência em seus trabalhos uma dimensão documental, latente na natureza espontânea e direta de suas imagens, a uma dimensão ensaística e ficcional, em que linhas narrativas mais ou menos presentes são criadas a partir da rearticulação dos registros filmados. Em Chain, esse teor ficcional é bastante acentuado, mas como sempre em Cohen, flagrantes documentais e registros fotográficos sutis acabam por constituir uma narrativa à parte. Menos imediatamente poéticas que em filmes anteriores (o que não é necessariamente ruim), suas imagens se mostram sempre capazes de revelar instantes de lirismo e beleza por trás das rotinas e roteiros tediosos do consumo contemporâneo.
Sessão 3: Peter Fischli e David Weiss
Curitiba: 15 de abril, quinta-feira, 19h30
Belo Horizonte: 28 de abril, quarta-feira, 19h30
The Right Way
Peter Fischli e David Weiss, Alemanha, 1983, 51’
Um urso e um rato exploram florestas negras, ravinas traiçoeiras e paisagens congeladas. Sem qualquer objetivo em mente, eles vagam pelo mundo à medida que constroem sua própria fábula, perguntando-se o que fazer ou aonde ir, vivenciando juntos a natureza, procurando alimentos, divertindo-se e discutindo.
The Point of Least Resistance
Peter Fischli e David Weiss, Alemanha, 1981, 30’
Um urso e um rato à procura de enriquecimento fácil decidem adentrar o mundo da arte. Durante uma investigação numa galeria eles deparam com um corpo, chave de um mistério que pode conduzi-los a um universo repleto de ação, dinheiro e glamour.
Os diretores nas palavras do curador:
Os suecos Peter Fischli e David Weiss, que trabalham em conjunto desde o fim da década de 70, são mais conhecidos no universo das artes plásticas do que no cinema, embora o seu trabalho mais célebre, "Der Lauf der Dinge” (algo como “O Curso das Coisas”), seja um filme – nele, uma longa e engenhosa cadeia de objetos cotidianos se aciona automaticamente, numa espécie de experimento científico caseiro. A ironia subjacente aos deslocamentos dos objetos de seu universo de origem é uma das principais marcas no trabalho dos artistas. Em The Right Way e The Point of Least Resistance, no entanto, é menos o deslocamento dos objetos do que o de contextos que está em questão. Fischli e Weiss se apropriam aqui de algumas linhas mestras do cinema de gênero (aventura e policial, notadamente) para comporem comédias lacônicas, permeadas por tempos mortos e insinuações irônicas.
Sessão 4: Gustavo Jahn e Melissa Dullius
Curitiba: 22 de abril, quinta-feira, 19h30
Belo Horizonte: não haverá sessão
Don't Look Back
Melissa Dullius e Gustavo Jahn , Ale, 2010, 7’
Don´t Look Back é um exercício de repetição e um estudo sobre as mudanças que são percebidas pelo retorno sistemático ao mesmo ambiente.
2003
Melissa Dullius, Bra/Alem, 2009, 5’
Amantes aquáticos navegando uma tempestade de verão.
Triangulum
Melissa Dullius e Gustavo Jahn, Bra/Alem/Egito, 2008, 22’
Um trio à beira do abismo encontra o destino personificado numa jovem mulher. Eles são transportados para uma metrópole oriental, sem saber o que fazer ou para onde ir. Sinais aleatórios são as únicas pistas a serem seguidas, e guiarão cada um para uma jornada pessoal.
Postcards
Melissa Dullius e Gustavo Jahn, Vários, 2008, 8’
Mini-ficções cromáticas acontecem em diversas cidades ao redor do globo.
Éternau | Gustavo Jahn, RS, 2006, 20’
Viajando por terra, mar e através do espaço-tempo em busca de riquezas e belezas, os extravagantes Arqueólogos Mercenários invadiram os limites do jardim ancestral, causando o descompasso do céu e do mar.
Os diretores nas palavras do curador:
A viagem é um motivo recorrente nos filmes de Gustavo Jahn e Melissa Dullius, embora seus trabalhos pouco tenham a ver com as formas mais consagradas de tratamento do tema, como o roadmovie ou o diário de viagem. Se ambos estão ali é apenas como uma inspiração distante, uma afinidade. O diário de viagem, por exemplo, pressupõe uma espécie de distanciamento da parte do viajante, no intervalo do qual as idéias surgem e as coisas se passam. Os filmes de Gustavo e Melissa, ao contrário, são como ocupações provisórias no espaço e na história dos lugares. Mais como saqueadores do que simples visitantes, eles levam e trazem consigo o que quiserem, contrabandeiam invenções, pedaços de outras histórias, crimes, figuras míticas, lendas antigas. Seus filmes inventam com liberdade o espaço de trocas dessas mercadorias. Neles, em meio a cores e formas sempre exuberantes, é possível achar qualquer coisa: tapetes voadores, múmias, monstros marinhos, escravos.
Sessão 5: Joan Jonas
Curitiba: 29 de abril, quinta-feira, 19h30
Belo Horizonte: 28 de abril, quarta-feira (somente o filme Volcano Saga, que será exibido logo depois da sessão 3)
I want to live in the Country (and other romances) – a ser exibido somente em Curitiba
Joan Jonas, EUA, 1974, 25’
Jonas mistura cenas de campo da Nova Escócia, no Canadá, a imagens que remetem às pinturas de di Chirico, criando uma narrativa que transita entre a observação da realidade e a construção do fantástico. A trilha inclui excertos de um diário mantido por Jonas em suas viagens pela região.
Volcano Saga (somente em Belo Horizonte, a ser exibido logo depois da sessão 3)
Joan Jonas, EUA, 1989, 30’
Baseado numa lenda islandesa do século treze, essa narrativa reconstitui um mito medieval sobre uma jovem mulher (Tilda Swinton) cujos sonhos prevêem o futuro. Um homem (Ron Vawter) ouve esses sonhos e tenta desvendar os seus significados. Juntos, eles compõem uma jornada mítica e onírica por um mundo de imagens incomuns.
O diretor nas palavras do curador:
No final da década de 60, quando a presença do vídeo no universo das artes plásticas era ainda embrionária, Joan Jonas, ao lado de outros artistas da época, desenvolveu uma série trabalhos que ajudaram a conformar a emergência não só de uma nova mídia mas de uma nova forma de fazer e de pensar a arte. Suas performances filmadas questionavam tanto o estatuto do objeto artístico, tornado a cada dia mais efêmero, quanto do próprio artista, já que, agora, solitário diante da câmera, contava apenas com o seu próprio corpo como instrumento de trabalho. Ao longo dos anos, Jonas enveredou em direção a obras mais narrativas, desenvolvendo o interesse por outras culturas - seus mitos, lendas e rituais - e abrindo-se cada vez mais a outras esferas da criação artística. Ao manter a performance como centro vital do seu trabalho, contudo, Jonas manteve também a espontaneidade e a independência artística como princípios. Suas narrativas se equilibram entre uma economia de recursos técnicos e uma profusão incomum de recursos expressivos.
SERVIÇO: Mostravídeo Itaú Cultural: Narrativas à Deriva
Curitiba
Dias 1º, 8, 15, 22 e 29 de Abril(sempre quinta-feira)às 19h30
Paço da Liberdade Sesc Paraná
Praça Generoso Marques, 189 – Centro - Curitiba PR
Telefone:( 41)3234 4200
http://www.sescpr.com.br/eventos/pacodaliberdade/
Censura 14 anos
Belo Horizonte
Dias 7, 14, e 28 de abril (sempre quarta-feira)às 19h30
Palácio das Artes
Sala Humberto Mauro
Avenida Afonso Pena, 1537 - Belo Horizonte - MG
Telefone:(31)3237-7399
www.palaciodasartes.com.br
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